domingo, 26 de agosto de 2012

Só faltou uma coisa


Depois do Encontros como Professor (www.encontroscomoprofessor.com.br), na última quinta-feira, fomos jantar para comemorar. O que era para ser um momento agradável, em um ponto turístico, acabou sendo um momento menos que “ok”, onde nós porto alegrenses a todo o momento tentávamos contornar os problemas do local e não deixar que os queridos convidados de outros estados levassem uma imagem ruim da nossa cidade.
Na minha avaliação para ser uma noite perfeita só faltou uma coisa: treinamento.
Treinar uma equipe não é apenas ensinar a executar a parte técnica do trabalho. É imprescindível apresentar o negócio, os valores, objetivos.
Como sou oriunda do meio, posso discordar da máxima “você deve encantar seu cliente, ou ele vai fazer sua refeição no restaurante ao lado”. Não queríamos estar em outro lugar. Em minha opinião, portanto, trata-se da venda de um produto (neste caso produto+serviço) onde o consumidor quer comprar e o estabelecimento deve entregar inteiro. Se fosse um carro, o comprador não receberia sem uma porta, um farol... Em um restaurante o produto é bebida e comida na qualidade e temperatura ideal, serviço adequado, ambiente, higiene, tempo de atendimento satisfatório e valor adequado à soma dos itens anteriores.  Ou, como uma rede mundial de fast food define: qualidade, serviço, limpeza e justo valor.
Treinar é trabalhoso. Dizer que o funcionário é novo, incompetente ou que está com falta de pessoal é mais fácil. Qualquer uma das justificativas caracteriza a incompetência do gestor: situação 1 - se é novo, não pode assumir função de funcionário treinado, deve auxiliar um, enquanto aprende; situação 2 – se é incompetente não foi bem selecionado ou está alocado na função errada; situação 3 – nesta cabem muitas possibilidades: o negócio não está conseguindo reter talentos (por vários motivos), tem confusão no foco e erra na contratação, não consegue alocar recursos dentro de acordo com a demanda.
Apresentar, ensinar, acompanhar e avaliar são passos fundamentais no treinamento de qualquer equipe. Pular uma destas etapas é assumir que o produto/serviço poderá chegar ao consumidor diferente do prometido. Frustração é um dos piores sentimentos que um cliente pode ter em relação a um produto, marca ou negócio.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

João Francisco


O post de hoje é dedicado ao João Francisco que, no dia 20 de agosto, completa 14 anos!  Além de ele ser um filho superbacana e eu uma mãe “babona”, a chegada e a existência do JF me ensinaram muitas coisas. Aprender com fatos e pessoas é condição de sobrevivência, não apenas para os gerentes.
A primeira lição: se você quer ser um bom profissional ou apenas uma boa pessoa, você precisa ter saúde.  Ter foco, traçar e buscar alcançar as metas é muito bacana, mas conseguir desfrutar as conquistas é fundamental.
O maior aprendizado, porém, pode ser facilmente associado ao gerenciamento de equipes e projetos: é a tomada de consciência de que cada pessoa contribui para o processo e que não importa o volume de treinamento /ensinamento aplicado, em algum momento, a contribuição pessoal fará a diferença.
Cada ser humano/membro de equipe é um somatório das coisas que aprendeu, das emoções que sentiu, dos compartilhamentos que fez ... ao gestor caberá reunir tudo isso e tentar apontar o caminho, adaptando o planejamento a novos fatos e reações.
Um gerente deve propiciar a sua equipe ambiente e ferramentas ideais para desenvolvimento dos projetos, estar atento às contribuições individuais e, sobretudo, preparar o seu grupo para seguir sozinho. Sentir-se “dono” do projeto ou equipe é impedir o crescimento e bom andamento de ambos.
Todos nós ouvimos e repetimos que os filhos são para o mundo... os projetos também! Vencer a vaidade e a insegurança, que podem impedir o crescimento de filhos e equipe, é desafio diário e necessário para pais e gestores.
Meu filho adolescente, com certeza, vai odiar esta postagem. Entender que a decisão certa/necessária nem sempre agrada a todos é mais uma lição aprendida. Muito obrigada e feliz aniversário, João Francisco!

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O mundo não vai parar


Para retomar o post semanal, decidi abordar um tema óbvio: Férias.
O assunto nos leva a pensar em coisas divertidas e prazerosas, mas pode ser um tormento para gestores e equipes se não for tratado adequadamente nas organizações.
A saída do gestor costuma ser o maior problema.  É comum encontrarmos planejamento de empresas e projetos com funções e responsabilidades definidas na linha do tempo, mas sem previsão da saída dos responsáveis. Nestes casos, as férias viram um problema, os gerentes não conseguem sair, sentem-se sobrecarregados, frustrados ou, quando saem, deixam as equipes inseguras, levam junto um enorme sentimento de culpa e a sensação que tudo vai dar errado, além de não conseguirem se desligar totalmente.
O planejamento da saída temporária de algum integrante da equipe, independentemente da sua posição, deve estar inserido no planejamento geral da empresa ou projeto. Entender que todos, até mesmo as máquinas, precisam de uma pausa de tempos em tempos é o primeiro passo. Clareza das atividades desenvolvidas por cada um, verificação de pontos e períodos críticos, identificação de grupos e profissionais com atividades complementares vêm na sequência.
Planejar as suas saídas também é uma habilidade a ser desenvolvida por um gerente. Sair de férias é valorizar o trabalho feito no dia a dia, faz bem para saúde física e mental, ajuda a alinhar as expectativas de vida e dá a oportunidade da equipe crescer com responsabilidade, assumir compromissos, superar desafios.
A saída tranqüila é consequência de trabalho bem feito e a cura da “síndrome de onipotência”, muito comum entre os gestores.
Eu demorei muito para aprender, um gerente pode sair de férias, a empresa continuará crescendo e o mundo não vai parar!