Na última quarta-feira, os principais
jornais* repercutiram a pesquisa feita pela consultoria Robert Walters que
revela o pouco tempo dedicado ao preparo para as entrevistas de emprego dos
profissionais brasileiros. Infelizmente a pesquisa não está disponível para o grande
público e todos os veículos utilizaram o mesmo release, logo me faltam
informações mais precisas, como por exemplo, o número de entrevistas no Brasil
(foram 2.500 no mundo), nível dos profissionais, etc.
Os dados que mereceram destaque:
31,8% dos entrevistados dedicam entre 30 minutos e uma hora para se preparar,
28,8% menos de 30 min, 10,6% não se prepara e 28,8% acima de uma hora, ao passo
que na Irlanda 75% dedica mais de uma hora à preparação, 41, 3% nos Estados
Unidos, 39% na África do Sul e 32,1% na Coreia.
Coincidiu de eu estar realizando
entrevistas de seleção no mesmo dia. Esta pesquisa me fez pensar. Esta
preparação toda é realmente necessária?
Acredito ser
fundamental para qualquer candidato pesquisar a respeito da vaga e da empresa,
até mesmo para saber se estão adequadas aos seus projetos de carreira. Mas percebo
que a preparação excessiva tira a espontaneidade do candidato.
Apesar das
muitas técnicas, a definição do profissional para a vaga sempre tem uma subjetividade
associada. Hoje o conhecimento está mais acessível às pessoas e muitas estão
preparadas tecnicamente, mas empresas procuram aqueles que, além das “skills”,
tenham consonância com a cultura, com o foco da empresa.
Muitos
candidatos encaram essa preparação como: “o que dizer para a empresa me
contratar?”. Em minha opinião, este é o maior erro, pois todos perdem. Se a
empresa contratar levando em conta uma imagem construída, não terá o
profissional que precisa, e o profissional que respondeu o que a empresa queria
ouvir não vai estar pleno, seu trabalho não vai fluir como deveria, vai ficar
infeliz e, rapidamente, procurará nova colocação.
Meu conselho:
seja você! É a única forma de construir uma relação próspera com uma empresa.
Não estou dizendo aqui para ser intransigente, não estar disponível para novos
aprendizados, mas de não abrir mão da essência! Como diz o Nilton Bonder: “...há
um olhar que reconhece os curtos caminhos longos e os longos caminhos curtos...
Este é o olhar da alma.”
* http://classificados.folha.uol.com.br/empregos/1185588-brasileiro-e-um-dos-que-menos-se-prepara-para-entrevista-afirma-estudo.shtml
* crédito da imagem top 10 erros na entrevista