domingo, 18 de novembro de 2012

Além das skills


Na última quarta-feira, os principais jornais* repercutiram a pesquisa feita pela consultoria Robert Walters que revela o pouco tempo dedicado ao preparo para as entrevistas de emprego dos profissionais brasileiros. Infelizmente a pesquisa não está disponível para o grande público e todos os veículos utilizaram o mesmo release, logo me faltam informações mais precisas, como por exemplo, o número de entrevistas no Brasil (foram 2.500 no mundo), nível dos profissionais, etc.
Os dados que mereceram destaque: 31,8% dos entrevistados dedicam entre 30 minutos e uma hora para se preparar, 28,8% menos de 30 min, 10,6% não se prepara e 28,8% acima de uma hora, ao passo que na Irlanda 75% dedica mais de uma hora à preparação, 41, 3% nos Estados Unidos, 39% na África do Sul e 32,1% na Coreia.
Coincidiu de eu estar realizando entrevistas de seleção no mesmo dia. Esta pesquisa me fez pensar. Esta preparação toda é realmente necessária?
            Acredito ser fundamental para qualquer candidato pesquisar a respeito da vaga e da empresa, até mesmo para saber se estão adequadas aos seus projetos de carreira. Mas percebo que a preparação excessiva tira a espontaneidade do candidato.
            Apesar das muitas técnicas, a definição do profissional para a vaga sempre tem uma subjetividade associada. Hoje o conhecimento está mais acessível às pessoas e muitas estão preparadas tecnicamente, mas empresas procuram aqueles que, além das “skills”, tenham consonância com a cultura, com o foco da empresa.
            Muitos candidatos encaram essa preparação como: “o que dizer para a empresa me contratar?”. Em minha opinião, este é o maior erro, pois todos perdem. Se a empresa contratar levando em conta uma imagem construída, não terá o profissional que precisa, e o profissional que respondeu o que a empresa queria ouvir não vai estar pleno, seu trabalho não vai fluir como deveria, vai ficar infeliz e, rapidamente, procurará nova colocação.
            Meu conselho: seja você! É a única forma de construir uma relação próspera com uma empresa. Não estou dizendo aqui para ser intransigente, não estar disponível para novos aprendizados, mas de não abrir mão da essência! Como diz o Nilton Bonder: “...há um olhar que reconhece os curtos caminhos longos e os longos caminhos curtos... Este é o olhar da alma.”

* http://classificados.folha.uol.com.br/empregos/1185588-brasileiro-e-um-dos-que-menos-se-prepara-para-entrevista-afirma-estudo.shtml
* crédito da imagem top 10 erros na entrevista

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